Deleuze & Guattari - Máquinas sociais e desejantes
Download and listen anywhere
Download your favorite episodes and enjoy them, wherever you are! Sign up or log in now to access offline listening.
Description
Áudio extraído de videoaula no https://tinyurl.com/vjk7tcbj Trecho de aula em 01/10/19, no Lab Mundo Pensante. Citações lidas e comentadas no áudio a partir de 27:00 : Não há máquinas desejantes...
show moreTrecho de aula em 01/10/19, no Lab Mundo Pensante.
Citações lidas e comentadas no áudio a partir de 27:00 :
Não há máquinas desejantes que existam fora das máquinas sociais que elas formam em grande escala; e também não há máquinas sociais sem as desejantes que as povoam em pequena escala. […] As micromultiplicidades desejantes não são menos coletivas do que os grandes conjuntos sociais, pois são inseparáveis e constituem uma só e mesma produção. […] Num dos polos, os grandes conjuntos, as grandes formas de gregarismo não impedem a fuga que os arrasta, e só impõem o investimento paranoico como uma “fuga diante da fuga”. Mas, no outro polo, a própria fuga esquizofrênica não consiste apenas em afastar-se do social, em viver à margem: ela faz fugir o social pela multiplicidade de buracos que o corroem e o perfuram, sempre ligados a ele, dispondo em toda parte as cargas moleculares que explodirão o que deve explodir, que farão tombar o que deve cair, que farão fugir o que deve fugir, assegurando em cada ponto a conversão da esquizofrenia, como processo, em força efetivamente revolucionária. (O anti-Édipo, p. 451 a 453, Editora 34)
Vemos os mais desfavorecidos, os mais excluídos, investirem com paixão o sistema que os oprime, e onde acham sempre um interesse, pois é aí que o buscam e mensuram. O interesse vem sempre a seguir. A antiprodução difunde-se pelo sistema: a antiprodução será amada por si mesma, à maneira pela qual o desejo reprime a si próprio no grande conjunto capitalista. Reprimir o desejo, não só nos outros, mas também em si próprio, ser o tira dos outros e de si próprio, eis o que dá tesão, e isto não diz respeito à ideologia, mas à economia. [...] Colocar-se na posição em que se é assim atravessado, cortado, enrabado pelo socius, buscar o bom lugar onde, de acordo com os objetivos e os interesses que nos são consignados, sente-se passar algo que não tem interesse nem objetivo. Um tipo de arte pela arte na libido, um certo gosto pelo trabalho benfeito, cada um no seu lugar, o banqueiro, o tira, o soldado, o tecnocrata, o burocrata e, por que não, o operário, o sindicalista... O desejo embasbacado. (O anti-Édipo, p. 456 a 460, Editora 34)
Portanto, é concebível que um grupo possa ser revolucionário do ponto de vista do interesse de classe e dos seus investimentos pré-conscientes, mas não sê-lo do ponto de vista dos seus investimentos libidinais, e manter-se até mesmo fascista e policial. Interesses pré-conscientes realmente revolucionários não implicam necessariamente investimentos inconscientes de mesma natureza; nunca um aparelho de interesse vale por uma máquina de desejo. (O anti-Édipo, p. 462, Editora 34)
Acompanhe a programação de cursos pelas redes sociais
AMAURI FERREIRA é professor, escritor e filósofo. Desde 2006 ministra cursos livres de filosofia. É autor dos livros "Simplicidade Impessoal" (2019) e "Singularidades Criadoras" (2014). É também autor de livros introdutórios sobre Spinoza, Nietzsche e Bergson. Visite: https://www.amauriferreira.com
Information
Author | Amauri Ferreira |
Organization | Amauri Ferreira |
Website | - |
Tags |
Copyright 2024 - Spreaker Inc. an iHeartMedia Company