19 FEB 2025 · Olá, olá! Como é que estão?
Vocês sabem que é na pergunta que temos mais força.
Muitas vezes fazemos perguntas, obtemos respostas e nem sequer pensamos nem questionamos a resposta que recebemos.
Ao fazer isso, no fundo não pomos a funcionar as células cinzentas que temos no cérebro.
É quase como um fast food mental.
No entanto, ao questionarmos a resposta que alguém nos deu sobre determinado assunto, ao questionarmos sobre como é que as coisas acontecem, nós abrimos espaço para explorar, abrimos espaço para expandir, porque explorar é expandir.
Quando nós vamos explorar, temos que Imaginar coisas para além daquilo que é óbvio, ganhamos plasticidade mental, não ficarmos rígidos num princípio.
Mas o que há para além disto? Para além daquilo que nós vemos? Para além daquilo que me disseram?
O que é que está por trás desta resposta?
O que é que está por trás? E isto acaba por nos ajudar a não consumirmos fast food mental e emocional.
Eu devo dizer que fui uma grande consumidora de fast food emocional e mental e neste momento retirei-me exatamente pelas perguntas que fiz. Hoje gostava de vos colocar também aqui algumas questões, que vocês meditassem sobre os assuntos.
Aquilo que eu aprendi é que se nós não experimentarmos, nós não temos a verdade para nós próprios.
Os outros podem nos dizer n coisas, podem nos dar os melhores conselhos, no entanto, temos que ir bater com a cabeça nas paredes, não é?
Porque necessitamos da experiência para comprovar ou não de que o outro estava certo.
Para o outro pode ser de uma determinada maneira, mas nós, com a nossa própria energia, com o nosso próprio filtro, nós temos uma experiência diferente do outro, mesmo para o mesmo acontecimento.
Então acabamos por necessitar ter essa experiência de vivenciar em primeira mão se aquela resposta, se aquela advertência tem razão ou não.
Uma coisa que eu me apercebi é que, ao início, foi importante a minha participação, seja em workshops de desenvolvimento pessoal ou de terapias energéticas, mas a partir de um determinado ponto comecei a questionar aquilo que me diziam.
Quando nós questionamos não é pôr em causa se aquilo que estamos a aprender está certo ou errado, mas é se aquilo que estamos a aprender faz sentido ou não para nós.
E o engraçado é que, por exemplo, nos livros do Mestre Choa Kok Sui, ele diz-nos sempre, eu vejo assim, eu experimentei assim, no entanto, vocês questionem todo este livro, vocês experimentem, questionam, porque só assim é que vocês podem ir além.
E então eu comecei a questionar.
E quando comecei a questionar, comecei a pensar porquê, porque razão no desenvolvimento pessoal, vêm sempre com aquilo que nos falta.
Então você tem isto, isto, isto e isto.
Segundo eles nós estamos todos doentíssimos e péssimos a precisar do desenvolvimento pessoal.
E nós fazemos qualquer coisa no desenvolvimento pessoal, porque até sentimos que há qualquer coisa em nós que precisávamos de mudar, de fazer, mas a partir de determinado momento começa a ser muito repetitivo.
Porque apesar de tudo aquilo que nós já fizemos, de tudo aquilo que já consumimos, continuamos neste ciclo de nos sentirmos insuficiente, de sentirmos que temos um trauma e, portanto, somos vítimas daquilo que aconteceu.
E eu começo a perceber que, a partir de determinado momento, ou nós questionamos o que se passa no desenvolvimento pessoal, o que se passa a nível da espiritualidade, ou ficamos presos numa dinâmica que tem a ver com o manter as pessoas numa vitimização, numa noção de que não são suficientes para alimentar, no fundo, essas duas indústrias.
E foi nesse momento que eu deixei de consumir workshops, que eu deixei de consumir, muitas vezes, até vídeos do YouTube, comecei a afastar completamente das redes sociais.
Porque não foi ali que eu obtive as respostas, não foi ali que eu obtive a solução.
A solução acabei por ter de uma forma muito simples, quando alguém me começou a dizer que eu tenho tudo.
E começou-me a perguntar: - Olha lá, o Universo não se engana em nada, tem tudo certo, mas pelo que tu estás a dizer, enganou-se contigo, enganou-se com a tua história, enganou-se com as pessoas que estão à tua frente.
Então, espera lá.
- Tu dizes que nós, enquanto energia, sabemos que vamos ter uma determinada experiência no mundo físico e nós escolhemos os pais.
- Ok. Então, se nós, enquanto energia, escolhemos os pais, porque é que estamos a questionar o que os nossos pais nos fizeram? Nesse sentido, nós escolhemos passar por aquilo.
E em relação ao livre-arbítrio? Temos livre-arbítrio? Ou não temos livre-arbítrio?
As coisas estão ou não estão determinadas? Há destino, não há destino?
E o engraçado é que à medida que eu fui respondendo a estas perguntas, a minha cabeça parece que abriu e viu para além do que era óbvio nas propostas que eu recebia.
E nas propostas que continuo a receber, porque às vezes ainda tenho curiosidade de uma coisa ou outra, mas a partir de determinada altura acabo sempre por fazer unsubscribe porque já não me diz nada aquilo.
Porque eu considero que, no fundo, nós temos tudo. Nós temos tudo, está ou não desenvolvido.
E tudo aquilo que nós temos que fazer é desenvolver as caracteristicas que nós precisamos.
A nossa história, claro que a nossa história tem altos, tem baixos, Mas a nossa história serviu para nós aprendermos as sensações, para nós aprendermos a escolher, nem que seja a partir daquilo que eu não quero sentir, daquilo a que eu não quero e, portanto, e a maior parte de nós tem um diploma de doutoramento sobre aquilo que não quer, serviu também para a plasticidade mental.
Então a nossa história, no fundo que é riquíssima, é algo que nos empoderou, não diminuiu.
E por isso, a partir de determinada altura, deixei de questionar a minha história, escolhi desprender-me de determinados momentos, porque eu sei que todos nós damos o nosso melhor na situação e na consciência em que estamos.
Sei perfeitamente que somos nós que escolhemos os nossos pais, somos nós que escolhemos o país onde nascemos, somos nós que escolhemos, no fundo, a nossa experiência no mundo físico, então não há que nos queixarmos.
Há que, ao contrário, aceitar porque o que a vida me traz foi inicialmente escolhida por mim.
E tem que haver aqui uma coerência entre aquilo que eu penso e aquilo que eu ponho na prática.
Portanto, não faz sentido acreditar que eu escolhi ter um corpo físico neste momento de grande alteração no universo, e depois vitimizar-me sobre aquilo que me aconteceu.
Não sei se isto vos faz sentido ou não. Neste podcast, gostava que fosse muito mais de perguntas, de vocês pensarem, meditarem sobre as coisas.
E como acredito que os tempos que estamos a viver são tempos de empoderamento, como é que há empoderamento se nós não questionarmos?
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