Pesquisadoras da OCDE apontam importância de considerar questões de gênero na elaboração do Orçamento
Mar 27, 2024 ·
3m 34s
Download and listen anywhere
Download your favorite episodes and enjoy them, wherever you are! Sign up or log in now to access offline listening.
Description
PESQUISADORAS DA OCDE APONTAM IMPORTÂNCIA DE CONSIDERAR QUESTÕES DE GÊNERO NA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO. O REPÓRTER CLAUDIO FERREIRA ACOMPANHOU O DEBATE COM DEPUTADAS. Três pesquisadoras estrangeiras, representantes da OCDE, Organização...
show more
PESQUISADORAS DA OCDE APONTAM IMPORTÂNCIA DE CONSIDERAR QUESTÕES DE GÊNERO NA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO. O REPÓRTER CLAUDIO FERREIRA ACOMPANHOU O DEBATE COM DEPUTADAS.
Três pesquisadoras estrangeiras, representantes da OCDE, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, afirmaram diante de representantes da bancada feminina do Congresso (em 28/2) que a igualdade de oportunidades para homens e mulheres é a ferramenta para se chegar à prosperidade econômica.
O encontro com as parlamentares, que aconteceu na Câmara, discutiu a importância de levar em consideração o recorte de gênero na elaboração do Orçamento do país.
As pesquisadoras deram o exemplo do Canadá. Elas apontaram algumas medidas que fizeram do país um caso de sucesso: comprometimento político com a questão de gênero no Orçamento; o uso desse parâmetro como ponto de partida para pensar o impacto de políticas públicas para outros recortes da população, como jovens e velhos e grupos com diferenças de renda; e a consideração do gênero no debate tanto de questões internas do país quanto das relações exteriores.
Coordenadora da bancada feminina da Câmara, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ressaltou que as parlamentares trabalham há muitos anos para ampliar os valores de recursos para as políticas públicas para mulheres no Orçamento Federal.
Ela acrescenta outra batalha: que essas políticas públicas sejam elaboradas e implementadas procurando superar as desigualdades existentes entre homens e mulheres.
“Nas guerras e nas crises, sejam ambientais, sociais, políticas ou econômicas há maior impacto na vida das mulheres e crianças do que nos homens. Elas são mais sensíveis aos cenários de adversidades, sejam por estarem menos protegidas pela estrutura estatal, seja pela própria condição que, muitas vezes, não possibilita a superação das adversidades encontradas”.
A Procuradora da Mulher da Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), lembra que mais de mil municípios do país não elegeram mulheres para as Câmaras de Vereadores e sugere que se mude o modelo de quotas, para que elas tenham cadeiras efetivas nos parlamentos.
Soraya defende uma melhor fiscalização da aplicação do dinheiro público, o que beneficiaria as políticas para as mulheres. Ela acrescenta que os desafios orçamentários incluem não computar, como política de gênero, programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atingem a população como um todo e não apenas as mulheres.
“Outro movimento da bancada feminina é justamente pra que cada ministério possa deixar claro o que que, na saúde, é investido diretamente na política da mulher; o que que, na segurança, está sendo investido na proteção da mulher. Então essa é uma luta porque sem dados, sem números claros, você não pode tratar”.
As pesquisadoras da OCDE também colocaram, para as parlamentares, outras questões que consideram importantes. Uma delas é como melhorar o envolvimento do Poder Legislativo na ligação entre Orçamento e gênero. Outra é como assegurar, nas eleições, prioridade para o tema, independentemente do ciclo político que o país esteja vivendo.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Cláudio Ferreira.
show less
Três pesquisadoras estrangeiras, representantes da OCDE, Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, afirmaram diante de representantes da bancada feminina do Congresso (em 28/2) que a igualdade de oportunidades para homens e mulheres é a ferramenta para se chegar à prosperidade econômica.
O encontro com as parlamentares, que aconteceu na Câmara, discutiu a importância de levar em consideração o recorte de gênero na elaboração do Orçamento do país.
As pesquisadoras deram o exemplo do Canadá. Elas apontaram algumas medidas que fizeram do país um caso de sucesso: comprometimento político com a questão de gênero no Orçamento; o uso desse parâmetro como ponto de partida para pensar o impacto de políticas públicas para outros recortes da população, como jovens e velhos e grupos com diferenças de renda; e a consideração do gênero no debate tanto de questões internas do país quanto das relações exteriores.
Coordenadora da bancada feminina da Câmara, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ressaltou que as parlamentares trabalham há muitos anos para ampliar os valores de recursos para as políticas públicas para mulheres no Orçamento Federal.
Ela acrescenta outra batalha: que essas políticas públicas sejam elaboradas e implementadas procurando superar as desigualdades existentes entre homens e mulheres.
“Nas guerras e nas crises, sejam ambientais, sociais, políticas ou econômicas há maior impacto na vida das mulheres e crianças do que nos homens. Elas são mais sensíveis aos cenários de adversidades, sejam por estarem menos protegidas pela estrutura estatal, seja pela própria condição que, muitas vezes, não possibilita a superação das adversidades encontradas”.
A Procuradora da Mulher da Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), lembra que mais de mil municípios do país não elegeram mulheres para as Câmaras de Vereadores e sugere que se mude o modelo de quotas, para que elas tenham cadeiras efetivas nos parlamentos.
Soraya defende uma melhor fiscalização da aplicação do dinheiro público, o que beneficiaria as políticas para as mulheres. Ela acrescenta que os desafios orçamentários incluem não computar, como política de gênero, programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atingem a população como um todo e não apenas as mulheres.
“Outro movimento da bancada feminina é justamente pra que cada ministério possa deixar claro o que que, na saúde, é investido diretamente na política da mulher; o que que, na segurança, está sendo investido na proteção da mulher. Então essa é uma luta porque sem dados, sem números claros, você não pode tratar”.
As pesquisadoras da OCDE também colocaram, para as parlamentares, outras questões que consideram importantes. Uma delas é como melhorar o envolvimento do Poder Legislativo na ligação entre Orçamento e gênero. Outra é como assegurar, nas eleições, prioridade para o tema, independentemente do ciclo político que o país esteja vivendo.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Cláudio Ferreira.
Information
Author | Orgulho Studio |
Organization | Oegulho Studio |
Website | - |
Tags |
Copyright 2024 - Spreaker Inc. an iHeartMedia Company